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TEXTO BÍBLICO

«E, tendo entrado em Jericó, ele atravessava cidade. Havia um homem chamado Zaqueu, que era rico chefe dos publicanos. Procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia por causa da multidão, pois era de baixa estatura. Correu então frente subiu num para ver Jesus que passaria por ali. Quando Jesus chegou ao lugar, levantou os olhos disse-lhe: “Zaqueu, desce de pressa, pois devo ficar em tua casa”. Ele desceu imediatamente recebeu-o com alegria. vista do acontecido, todos murmuravam, dizendo: “Foi hospedar-se na casa de pecador!”. Zaqueu, de pé, disse ao Senhor: “Senhor, eis que dou metade de meus bens aos pobres, se defraudei alguém, restituo-lhe o Jesus lhe disse: “Hoje salvação entrou nesta casa, porque ele também é um filho de Abraão. Com efeito, Filho do Homem veio procurar sal var que estava perdido”» (Lc 19, 1-10).

Introdução

1. Estimados jovens angolanos e santomenses! Nós, os Bispos da CEAST, queremos, convidar-vos, neste último ano do triénio a vós dedicado, reflectir sobre “a juventude e a fé testemunhada”, depois de, no primeiro ano, termos abordado o tema “a juventude e a fé anunciada” e, no segundo, “a juventude e a fé celebrada”.

2.Começamos por afirmar que todo encontro com Cristo deve culminar no testemunho, como nos recorda Pedro, no seu discurso do Pentecostes: “mas ides receber uma força, do Espirito Santo, que descerá sobre vós, sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda Judeia Samaria até aos confins do mundo” (Cf. Act 1, 8). Papa lembra, este propósito, na Evangelii Gaudium, ne cessidade de sermos uma Igreja em como forma de respon dermos este mandato de Cristo.

3.Nesta mensagem, destacamos os desafios que contexto sócio -político de hoje vos apresenta, reafirmando nossa fé confiança na capacidade de testemunhar Cristo em todo tempo lugar. Desafiamo-nos nós também, enquanto Pastores, caminhar mais próximos de vós, pois Cristo convida todos juventude de alma.

I-A FÉ OS DESAFIOS ACTUAIS DA JUNENTUDE

Ser Jovem hoje viver fé

4. A diferença de contexto, grau de desenvolvimento humano psicológico, as crenças culturas, assim como as condições sócio económicas, influenciam consideravelmente na forma como os vens percebem sua identidade, sua inserção sócio-cultural dita forma como desfrutam desta etapa das suas vidas, uma das mais lindas no caminho da sua existência.

5. A juventude um tempo de robustez e, por isso, fase da ousadia, da busca, da auto-afirmação. As Sagradas Escrituras estão cheias de passagens que nos mostram como Deus aposta nos jovens para efectivação da sua obra salvífica. Deus chama os jovens Sa muel, David, Jeremias, Rute (a moabita), Susana, Ester…Uma refe rência especial merece jovem Maria, mãe de Jesus. Deus ousa nascer de uma jovem mãe, chamada Maria. Esta, embora perguntan do: “como será isso, se eu não conheço homem” (Cf. Lc 1, 34), aceita proposta de Deus, com um sim de total confiança no seu Deus que escolheu para essa missão: “Eis serva do Senhor, faça -se em mim segundo a tua palavra”. (Cf. Lc 1,38).

6. O próprio Jesus, desde muito cedo, assumiu sua identidade de Filho e, aos 12 anos, afirma sua missão de “cuidar dos assuntos

do Pai” (Cfr. Lc 2,49). Jesus era praticamente uma criança, mas, já assumia o compromisso de falar, de questionar o que não lhe pare cia bem, mostrando-nos que a juventude é uma etapa da vida para ousar, questionar, aprender, ser livre e ser responsável.

7. Dos exemplos acima apresentados, podemos depreender que Deus escolhe, tantas vezes, jovens aos quais, à partida, a sociedade não dá nenhum crédito, mas que, enviados por Ele, realizam a mis são que lhes é confiada.

8. Ser jovem é viver com intensidade cada momento que a vida nos dá. Não de maneira desenfreada, gastando a vida com coisas que não nos edificam, como por exemplo, o álcool, o uso de dro gas, a prostituição, o roubo, a mentira, mas de um modo alegre, li vre e responsável.

9. Ser Jovem é poder ter a força para, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, não se deixar destruir como pessoa, mantendo a fir meza de carácter e não hipotecando o futuro.

10. Ser Jovem é também sentir a certeza da Vida, fruir a sensa ção de que se pode viver para sempre como jovem. Essa é uma das forças da própria juventude, mas que não deve deixar-se alienar pela indústria da moda, os midia, o apelo às cirurgias plásticas, a ilusão de uma felicidade aparente comprada pelo dinheiro, que dei xam o Jovem desenraizado dos seus valores culturais e da sua fé.

11. Deus sonha e conta com cada um de vós, jovens, e é preciso aceitar correr o risco que a jovem Maria correu, confiando sempre em Deus. Mesmo perante situações que nos pareçam pouco claras e estejamos na dúvida, na incerteza, precisamos ter a coragem de ar riscar. Como afirma o dito popular: “Ninguém nasceu ensinado”. Aliás, o Papa Francisco nos diz “Vós, jovens, caminhais com dois pés como os adultos, mas, ao contrário dos adultos que os mantêm paralelos, vós colocais um atrás do outro, prontos a arrancar, a partir. Vós tendes tanta força, sois capazes de olhar com tanta es perança! Sois uma promessa de vida, que traz em si um certo grau de tenacidade (Cf. CV 139).

Ser Jovem enraizado na fé.
 
12. O autor da Carta aos Hebreus afirma: “Ora, fé garantia das coisas que se esperam certeza daquelas que não em” (Cf. Hebreus, 11, 1). Esta definição dimensiona como fun damento, rocha, substrato, cabouco que segura edificio mano. Mas esta imagem da fé não reduz uma estrutura inamovi vel, pois fé, assim entendida pelo escritor sagrado, é fundamento por detrás de tudo que se espera nos espera. abertura ao futuro que nos está reservado por Cristo. É abertura esperança de que as promessas do Reino se realizam no dia-a-dia de cada um nós. Acreditamos que, um dia, Cristo também nos dirá: “hoje esta rás Comigo no Paraiso” (Cf. Lc, 23, 43).
 
13. A fé que recebemos que celebramos, move-nos arriscar na promoção do Reino, pois ela é, ao mesmo tempo, rocha, cami nho, segurança, firmeza e fundamento da vida do cristão. Pela fé, temos garantia de que Deus reserva-nos sempre melhor, dindo-nos apenas que nos deixemos surpreender pelo seu amor. Por isso, estar enraizado na fé acolher alegre surpresa dos dons que Deus nos dá. Com Deus em Deus, vida uma escola de alegria. Longe de Deus, vinho da alegria vinho da esperança esgotam se.
 
Juventude influências do contexto Sócio-Cultural.
 
14. Os desafios são sinais da da condição huma na, que lançam para todos, especialmente para os jovens, enormes oportunidades no caminho da construção de uma identidade sólida (Cfr. Instrumentum Laboris sobre Sinodo dos Jovens, 6), pois, as decisões essenciais da nossa vida são tomadas, normalmente, na juventude.
 
15. Entretanto, o nosso contexto social e cultural nem sempre facilita este processo de decisão, que os jovens devem fazer. Entre os desafios enfrentados, estão as práticas culturais que atrasam maturidade e o desenvolvimento dos jovens. Nas nossas comunida des, ainda persistem práticas culturais nocivas dignidade humana e à doutrina cristã, como é o caso da mentalidade mágico-feiticista. A mentalidade feiticista paralisa a criatividade, instala cultura do medo e da insegurança, mata a confiança na comunidade e na fami lia e promove a acusação de feitiçaria contra crianças e velhos/as, inibe o empreendedorismo e o desenvolvimento pessoal e comuni tário. A este propósito, escutemos o que diz o Senhor: “quando en frares na terra que o Senhor, teu Deus, te há-de dar, não imites as abominações daquelas gentes. Ninguém no teu meio faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha; ou se dê a encantamentos, aos augurios à adivinhação, à magia, ao feiticismo, ao espiritismo, aos sortilégios, à evocação dos mortos, porque o Senhor abomina todos os que fazem tais coisas. Por causa destas abominações é que o Senhor, teu Deus, desaloja da tua frente essas gentes. Entrega-te inteiramente ao Senhor, teu Deus. De facto, essas gentes que tu vais desalojar acreditam em agoireiros e adivinhos, mas a ti o SE NHOR, teu Deus, não o permite.” (Cf. Dt 18, 9-14).
 
16. Jovens, desafiamos-vos a enfrentar esta mentalidade, afir mando com coragem a fé em Deus, Senhor da Vida, que a todos nos criou para vivermos como irmãos e juntos construirmos o mun do novo que sonhamos.
 
17. Outra situação que queremos referir é o da promoção do ca samento precoce, presente em algumas das nossas práticas cultu rais, aliado com um certo espírito de consumismo e aproveitamento do outro. Na verdade, hoje o rito do alambamento, em alguns casos, tornou-se um negócio entre famílias e um espaço de aproveitamen to do outro e de lucro fácil.
 
18. O desafio do consumismo e da moda são outros dos entraves ao testemunho da fé. Tal como já o referimos nesta mensagem, o consumismo e a moda distorcem o sentido do ser jovem e minam as relações dentro das famílias, inclusive dentro dos movimentos juve nis nas paróquias, pois tende-se a dar importância à marca da roupa, ao arranjo do cabelo, ao invés da integridade, da lealdade e da zade. Inclusive, há casamentos determinados por interesses, com o concurso dos próprios pais.
 
19. Também o sistema de educação precário, a pouca atenção que se dá à formação profissional dos jovens, a falta de emprego, são desafios prementes por que passam os jovens da nossa socieda de. Ainda são muitos os jovens fora do sistema escolar, com o seu 6
III – O COMPROMISSO DOS JOVENS COM A IGREJA E COM A SOCIEDADE
 
Testemunhar a fé no seio da comunidade
 
33. Na Mensagem Pastoral “A Juventude e a Fé Celebrada”, nós, os Bispos da CEAST, fizemos referência à dimensão comuni tária da fé. É no seio da comunidade que descobrimos a nossa voca ção comum de filhos e filhas de Deus e a missão evangelizadora da comunidade cristã. O Papa Francisco lembra o papel da comunida de, convidando os jovens a recorrerem a ela sobretudo nos momen tos de dificuldade, lembrando aos jovens que é muito dificil lutar contra a própria concupiscência e contra as ciladas do demónio se estivermos sozinhos, ao passo que é mais fácil vencer estes desafios em comunidade (Cfr. CV 10). Aliás, diz o ditado popular: “se que res ir rápido vai sozinho, mas se queres ir longe, vai com os ou tros”.
 
34. A força do testemunho comum foi sempre o que mais atraiu as pessoas a se juntarem ao grupo de discípulos, que tinha na base o amor por Cristo e o amor entre os membros da comunidade: “por isto é que todos conhecerão que sois meus discipulos: se vos amar des uns aos outros” (Cf. Jo 13,35), o amor entre os membros da comunidade que não é teórico, mas se expressa em estruturas de solidariedade concretas. Aliás, “evangelizar não é para ninguém um acto individual e separado, senão profundamente eclesial, um acto da Igreja” (Cf. EN 60).
 
35. A fé recebida e celebrada deve ser testemunhada, pois a fé sem obras é uma fé morta (Cf. Tg 2,17). Ser Cristão é ser testemu nha de Cristo como Cristo é testemunha do Pai, pois, Cristo é o fun damento do testemunho e a testemunha fiel do Pai (Cfr. Jo 1.18). Pelo Baptismo, todo o cristão é chamado a ser testemunha da salva ção de Cristo em beneficio de todos. O Senhor chama, pois, o jo vem cristão a acender estrelas na noite doutros jovens, em especial dos que estão paralisados pelo medo e pela falta de fé.
 
36. Assim, como membros do corpo mistico de Cristo que é a Igreja, as nossas comunidades de fé são o testemunho mais eloquen te d’Aquele em quem acreditamos. Pois, parafraseando o Vaticano II, a Igreja está chamada a comunicar aos homens os frutos da sal vação. Fiel ao seu fundador, a Igreja dá o seu testemunho na fragili dade e na pobreza, fazendo-se solidária com os pobres e os que so frem, descobrindo neles a Imagem de seu Fundador Pobre e sofre dor (Cfr. LG 8). Deste modo, a Igreja actualiza todos os dias a sua beleza na diversidade dos seus membros.
 
37. As Comissões Diocesanas e Paroquiais da Juventude, os nos sos movimentos e associações e outros grupos e cada jovem em par ticular devem ser espaços de testemunho da fé recebida e celebrada.
 
38. Recomendamos, por isso, que os jovens se tornem agentes activos de evangelização, testemunhando a sua fé em todos os luga res e ambientes, como, por exemplo, nas associações de estudantes católicos, integrados na pastoral universitária e das escolas católi cas, na catequese, no voluntariado.
 
39. Por fim, destacamos a comunidade familiar como lugar onde nasce e se fortalece o testemunho da fé em Cristo. A família, en quanto espaço de socialização primária, é a primeira escola da fé, lugar onde se começa a caminhada de cristãos e cidadãos. Por isso. apelamos aos jovens para dedicarem tempo às suas famílias, em es pecial aos seus membros mais vulneráveis: velhos, crianças e pesso as com Estes são os primeiros receptores dos frutos da nossa fé em Cristo. A nossa caridade começa por eles.
 
40. Sabemos que ainda é grande número de escolas católicas ou dirigidas por católicos que não preparam juventude para uma vida de testemunho da sua fé. falta de capelanias programas de formação humana podem reduzir escola num simples lu gar de instrução.
 
Testemunhar fé na vida afectiva no Matrimónio.
 
41. A Missão de testemunhar a fé não apenas um apanágio dos religiosos, religiosas e dos mas é missão de cada cristão que, pelo baptismo, configurado à imagem de Cristo, Sacerdote, Profeta Rei. Testemunhar a fé para os jovens cristãos, passa por viver uma sexualidade responsável e ter controlo da sua vida afecti va.
 
42. Um namoro sincero e a vivência do sacramento do matrimonio como verdadeira imagem do amor de Cristo pela sua Igreja, através de uma aliança de amor, que se exprime na igual nidade dos cônjuges, na felicidade dos dois no compromisso do amor, devem ser um ideal de vida para os jovens católicos.
 
42. Lamentavelmente, o nosso mundo propõe aos jovens a cultu ra do sexo sem compromisso e do prazer egoista sem responsabili dade. Como prova deste fenómeno, constatamos o número elevado de jovens que não se querem casar pela igreja e outros, que o tendo feito, se desfazem dele logo na primeira dificuldade.
 
43. Jovens, não tenhais medo de vos comprometer, pois, com prometer-se é prometer aos outros a doação de nós mesmos, evitan do viver como se a vida fosse um permanente campo de experimen tação.
 
Testemunhar a fé no local de trabalho.
 
44. O local de trabalho é um espaço privilegiado do modo cristão de servir, tendo Cristo como nosso modelo no trabalho. Ele era cha mado o filho do Carpinteiro. Testemunhar a nossa fé no local de trabalho, não deve consistir apenas em exibir o nosso crucifixo ou encher a nossa secretária com imagens de santos, mas levar uma vida de honestidade consigo mesmo, com os seus clientes e lou be neficiários do seu trabalho e com o seu empregador ou empregados. Assim, o jovem cristão não aceita ser fantasma no trabalho, não pactua com o absentismo e renuncia a toda a prática de corrupção.
 
45. Alegramo-nos com o facto de haver um número significativo de jovens profissionais e empresários católicos, tanto no sector pú blico como no sector privado. Encorajamo-los a criarem, nas suas empresas e negócios, ambientes de concorrência justos e honestos e que paguem aos seus trabalhadores aquilo que lhes é devido, cum prindo o que diz o Mestre “o trabalhador merece o seu salá rio” (Cf. Lc 10, 7).
 
O Papel fundamental dos agentes de Pastoral.
 
46. Na conclusão deste triénio, queremos o serviço dedicado dos agentes de pastoral, que muito têm feito para o acompanhamento dos jovens, nas nossas dioceses, paróquias e centros, ajudando-os na formação humana e espiritual. Esta formação, diz o Papa Fran cisco, implica deixar-se transformar por Cristo e, ao mesmo tempo, uma «prática habitual do bem, verificada no exame de consciência: um exercicio no qual não se trata apenas de identificar os pecados, mas também de reconhecer a obra de Deus na própria experiência diária, nas vicissitudes da história e das culturas onde se está inse rido, no testemunho de muitos outros homens e mulheres que nos precederam ou acompanham com a sua sabedoria. Tudo isto ajuda a crescer na virtude da prudência, articulando a orientação global da existência com as opções concretas, na consciência serena dos próprios dons e limites (Cf. GE 108).
 
47. Pedimos-vos, antes de mais, como vossos pastores, que acompanheis mais de perto os jovens e caminheis com eles, que os escuteis e os ajudeis a discernir a sua vocação, como verdadeiros pais e mães espirituais, pois, “o desejo de reconhecer a própria vo cação adquire uma intensidade suprema, uma qualidade diferente e um nível superior, que responde muito melhor à dignidade da vida, Porque, em última análise, um bom discernimento é um caminho de liberdade que faz aflorar a realidade única de cada pessoa, aquela realidade que é tão sua, tão pessoal que só Deus a conhece. Os ou tros não podem entender plenamente nem prever de fora como se desenvolverá” (Cf. CV 295).
 
Se assim procederdes, estareis verda deiramente a ajudar os jovens a serem a força e o dinamismo da Igreja e da sociedade.
 
48. É preciso ir ao encontro dos jovens, levando-lhes Cristo e levando-os a Cristo. Há que ir, para isso, até aos lugares onde os jovens estão e fazer do desporto, do teatro, da arte, da música, a dança, da rádio e da televisão, das redes sociais, das capelanias de escolas e colégios…meios e lugares de evangelização dos jovens pelos jovens, não nos limitando aos espaços das paróquias ou outros similares. Devemos apostar numa pastoral juvenil forte e organiza da, que seja espaço de acolhimento dos jovens e lugar de partida para ir ao encontro dos jovens afastados ou indiferentes, com os próprios jovens como principais agentes de evangelização.
 
49. Procurem também as nossas paróquias ter agendas pastorais que integrem os vários movimentos juvenis. Que nelas haja também espaço para a partilha e o estudo da realidade económica, política, cultural, da nossa sociedade e do mundo juvenil, procurando, a par tir da figura de Jesus Cristo, encontrar respostas aos desafios que os jovens nos colocam e enfrentam no mundo de hoje. Criem-se tam bém momentos de oração e espiritualidade próprios para os jovens, bem como lugares de encontro, de lazer, de partilha, onde os jovens vivam o seu mundo com os valores da fé católica.
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50. Por fim, recomendamos às Comissões Diocesanas e Paroqui ais da Juventude a realizarem estudos e sondagens para auscultarem os jovens e conhecerem os seus sonhos e angústias, as suas pergun tas e desafios, pois, em muitos casos, os agentes da pastoral querem tratar dos assuntos dos jovens e dar respostas sem conhecerem as verdadeiras perguntas e inquietações destes. Recomendamos que as formações de lideranças juvenis, incluindo seminários e noviciados, preparem os anunciadores do Evangelho para o acompanhamento, escuta e diálogo com os jovens.
 
Conclusão
 
51. Em jeito de conclusão, queremos reiterar que testemunhar a fé é um acto continuo e não circunstancial. A fé que recebemos e celebramos, deve ser vivida e informar toda a realidade e todos os momentos e circunstâncias da nossa vida. Se, como jovens cristãos. maioria nos nossos países, vos comprometerdes em viver a fé com autenticidade no dia-a-dia, teremos uma Angola melhor, um São Tomé e Principe melhor. Temos consciência de que o mundo que vos estamos a oferecer está cheio de desafios e armadilhas para vós. Mas o importante é acreditar, não se deixando bloquear pela insegurança, pelo medo. Com o Papa Francisco, nós, vossos pastores, convidamos-vos a não ter medo de arriscar e de cometer erros (Cf. CV 142). Confiai em Cristo que nos diz “tende coragem, Eu venci o mundo” (Cf. Jo 16, 33).
 
52. A força e o dinamismo da vossa idade podem tentar-vos para a velocidade e a pressa. Não caiais na ditadura da ideologia do “tempo é dinheiro”. Pelo contrário, sede pessoas programadas e investi nos estudos e na vossa capacitação. Sede amigos da leitura e das artes e fazei as coisas com tempo, a tempo e com esperança, pois os sonhos mais belos conquistam-se com fé e esperança. Sede livres, mas responsáveis, pois foi para a liberdade que Cristo vos salvou (Cf. GI 5, 1).
 
Não tenhais medo de assumir com coragem e verdade a vossa fé em Cristo, como membros da Igreja católica, vossa Mãe e Mestra. Vós sois filhos desta Igreja e também Igreja. Sede, pois, corajosas testemunhas de Cristo neste nosso mundo pa ganizado, laicista e marcado por uma cultura egocêntrica do prazer e dinheiro.
 
53. Neste mês de Outubro, mês missionário e, este ano, declara do pelo Santo Padre més missionário extraordinário, que Maria, Mãe da Igreja e Rainha das Missões, vos anime a ser testemunhas corajosas das maravilhas que o Senhor opera, cada dia, nas vossas vidas. Saurimo, 14 de Outubro de 2019 Mês dedicado à Virgem Santa Maria e Mês Missionário Extraordi nário Os Bispos da CEAST.