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Dom Sumbelelo: Um bom cristão e bom patriota reza sempre pela Paz

Vinte anos depois da assinatura dos Acordos de Paz em Angola, o país continua a dar passos rumo à construção de uma estabilidade efectiva. Os esforços são muitos, mas os passos nalguns casos teimam em não acelerar. Há ainda um grande número de coisas por alcançar e uma vasta área do país para beneficiar efectivamente dos benefícios do que foi alcançado em 4 de Abril de 2002.
A Visita Pastoral de Dom Emílio Sumbelelo à Paróquia Santa Cruz, terminou um dia antes da data da celebração dos vinte anos de paz.
Na missa que marcou o encerramento da visita, e como não podia deixar de ser, o Bispo de Viana fez referência ao momento festivo que o país está a viver, durante a homilia.
Começou por assegurar aos presentes, em primeiro lugar, que “a paz é mais do que nunca um Dom Divino”. Fazendo um curto e mental relance histórico, por tudo o que os cristãos fizeram para que ela a eles chegasse, exclamou: “e quantas lágrimas e orações o povo angolano dirigiu a Deus para obter a paz!”
A responsabilidade de ter em mãos esse Dom de Deus recebido, é grande. Daí que Dom Sumbelelo insista em dizer que “Um bom cristão e também bom patriota, ora sempre pela paz, e confia a Deus, este Deus que guia os destinos dos povos às suas decisões e a dos representantes civís e militares da sua pátria, o bom cristão reza também por esta gente que tem responsabilidades de decidir para o bem de todos”.
Tomar decisões nem sempre é tarefa fácil. Ter a responsabilidade de as tomar acaba por ser uma missão delicada, em quase todos os momentos. Por essa razão, “Queremos colocar nas mãos de Deus, todos os nossos governantes, começando pelo presidente da República até ao último da hierarquia, para que Deus os ilumine nas suas decisões” – acrescentou o Bispo de Viana.
A esperança a que se apega o Dom Emílio Sumbelelo e com ele todos os angolanos é “que procurem, com a luz divina, sempre aquilo que nos une como um só povo, ultrapassando as nossas barreiras de proveniência, as nossa barreiras culturais. Procurem aquilo que favorece a justiça social e económica. Procurem caminhos e mecanismos que possam encurtar em cada dia, em cada mês e em cada ano as assimetrias entre pessoas ricas e pessoas pobres, até se erradicar ou ao menos diminuir os índices de pobreza que ainda se verificam, passados vinte anos de paz”.
E tal como se reza pelos governantes, também é preciso rezar pelos governados. Todos são “filhos e filhas desta Pátria” e corresponsáveis na manutenção da paz. É preciso que “cada um sinta que a paz também depende dele, das suas acções” e evite “todos os comportamentos que podem perigar o dom da paz, cujos frutos temos vindo a viver, a saborear há vinte anos”.
Dom Emílio Sumbelelo aponta dois sentimentos à pôr de parte por todos os angolanos. É preciso pôr de parte “os sentimentos de desconfiança – a desconfiança, ela mina a Paz”, bem como “ressentimentos e sentimentos de ódio na relação com os irmãos que têm opinião diferente da minha, que pensam diferentemente de mim. Não preciso de os odiar, mas de os ouvir, compreender e se é uma coisa boa para o bem de todos, acatar”. E a razão para os pôr de parte reside no facto de que “todos somos chamados para a construção de uma única nação que tem o nome de Angola”.
O Bispo de Viana reconhece progressos durante estes vinte anos de paz. A reconstrução de infraestruturas, com todo o empenho que se vai vendo, não pode pôr de parte a reconstruçao do tecido social e moral do angolano. Neste último ponto estão a ser dados passos, mas “há ainda um caminho longo a percorrer”.
Dom Emílio Sumbelelo lembrou a data que hoje se assinala, durante a homilia da missa de encerramento da Visita Pastoral à Paróquia Santa Cruz. A Visita Pastoral teve a duração de três dias e terminou no dia em que a Igreja celebrou o quinto Domingo de quaresma.

Sammy de Jesus

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